domingo, 11 de abril de 2010

joias3

Basicamente são utilizados quatro processos para a produção de jóias: estamparia, fundição por cera perdida, eletro formação e correntaria. Conheça as características de cada um deles:


pingente_fundido

A fundição por cera perdida é muito utilizada pelas fábricas de jóias, pois permite a criação de várias peças idênticas num período de tempo relativamente curto. Essa técnica funciona da seguinte forma: um criador de modelos talha uma jóia que servirá para fazer uma forma de borracha para a produção de moldes de cera. Esse molde é agrupado no que chamamos “árvore”, que é então colocada dentro de um recipiente metálico, onde é colocado gesso e levado a um forno ligado em alta temperatura. Depois que o gesso endurece é feito um pequeno furo para que a cera derretida escorra, deixando nas cavidades do cilindro o formato do molde da jóia. Só então o ouro, em estado líquido, é injetado dentro do molde. A seguir o gesso é dissolvido em lavagem a jato de água, revelando as jóias, que a partir daí passam por um tratamento de polimento, cravação de gemas e acabamento.



corrente_ouro

Antigamente as correntes eram feitas à mão e por isso costumavam ser grossas e desajeitadas. Só com a ajuda de máquinas especiais é que passaram a ser mais delicadas. Semelhante ao tricô, as máquinas criam pontos simples ou elaborados, formando correntes de diferentes modelos. Então basta cortá-las no comprimento desejado, soldar cada elo e dar um banho para realçar seu brilho.


bricos_eletro_formação

A eletro formação foi criada porque nós, mulheres, sempre queremos usar peças grandes e de efeito, mas com absoluto conforto. Mas imagine, por exemplo, um par de brincos enormes, confeccionados de maneira tradicional. De certo, poucas pessoas suportariam o peso dessa jóia em suas orelhas. Com a eletro formação é possível criar peças de ouro que tenham bastante volume visual, porém muito mais leves do que possam parecer. Como no processo de cera perdida, o primeiro passo é a criação de um modelo da peça em um molde de borracha que recebe cera quente, gerando assim várias réplicas. A seguir, essas réplicas em cera são recobertas com uma fina camada de uma solução metálica que conduz eletricidade. Quando essas réplicas são colocadas dentro de uma solução especial – o ouro (cuja carga elétrica é oposta a da camada metálica) é atraído para cima da cera. Então é feito um pequeno furo em cada uma das jóias para que quando forem expostas ao calor, a cera derreta e saia pelos orifícios.

Brinco_estampado

Na estamparia, o formato das jóias é traçado e cortado sob o metal. A seguir, um artesão grava e molda o início da peça. Para os brincos, estampas diferentes são feitas para a parte da frente e a de trás. Através de uma máquina de laminar, a chapa é achatada e o molde é colocado na máquina de estampar, cortando as peças no formato e tamanho desejados. Esse pedaço é cunhado com o molde sob pressão e a jóia é montada.

Vem dos tempos mais remotos o uso de adornos preciosos e "mágicos" pelo homem.

Certos sociólogos chegam a afirmar que a peça de adorno precedeu a vestimenta, que, na verdade, os trajes derivaram desses ornamentos.

As primeiras jóias foram produzidas com materiais considerados belos, fascinantes ou raros. Essa é a origem da imagem de riqueza que se funde à própria imagem da jóia.

Uma jóia era utilizada normalmente como fonte de deleite e beleza, mas não podemos negar sua íntima ligação com forças místicas.

O homem primitivo tinha o cuidado de escolher o período para produzir peças de adorno, quando as estrelas se alinhavam em posições favoráveis e assim surgiam amuletos de poderes mágicos e protetores.

Em algumas sociedades eram concedidos colares com dentes e garras de animais ferozes aos caçadores mais valentes, isso lhes dava status, um símbolo de poder.

O homem se encantou ao ver na jóia um atrativo sexual.

É antiga a atração que o ouro exerce sobre o homem. Desde a incansável pesquisa e empenho de antigos alquimistas em seus laboratórios medievais buscando a fórmula secreta para transformar chumbo em ouro.

As primeiras jóias em ouro datam de 3.500 a.C., descobertas na região da antiga cidade de UR, fundada pelos sumérios no vale do Eufrates.

Os egípcios deixaram peças elaboradas, em formas de escorpiões, escaravelhos, serpentes, repletas de simbolismo e misticismo. Deve-se a eles a aplicação das cores às jóias, tendo dominado as técnicas de engaste de pedras e a descoberta de um novo material produzido pelas mãos do homem, o vidro colorido.

Outras civilizações figuram com igual importância no cenário da joalheria. Os artesãos minóicos produzindo com excepcional cuidado contas estampadas em finas lâminas de ouro. A Grécia, a princípio restringia suas criações a motivos geométricos. O contato com os fenícios resultou na fusão de conhecimentos e tendências, surgindo então peças com motivos naturalistas, temas da mitologia.

A cultura celta presenteando-nos com peças intrigantes e "magnéticas", com um design de espirais e arcos concêntricos de linhas sinuosas, invocando misteriosas forças da natureza.

O homem contemporâneo não poderia desapontar seus ancestrais na evolução dessa arte. Hoje conhecemos técnicas que nos possibilitam maior liberdade de criação, como a eletroformação, produzindo peças grandes, elaboradas com a maior economia possível de metal, deixando-as leves em peso e custo. Ou, a gravação de foto sobre uma chapa de metal utilizando delicadas punções diamantadas maestralmente coordenados pelo computador, a imortalidade da imagem nítida de um ente querido.

Mas, toda a tecnologia desenvolvida não vale muito sem mentes criativas e de bom gosto por trás de todo o maquinário. O século XX conta com grandes designers dando personalidade, irreverência e estilo às peças de joalheria.

A jóia, assim como diversas outras formas de expressão artística, acompanha a evolução do homem, espelhando suas expectativas, fases sócio-culturais, tendências, o intercâmbio de civilizações.

A produção de uma peça de adorno‚ um verdadeiro diálogo entre o artista e seu material, tem como tema, não só o momento mas as influências de civilizações antigas e visões futuristas.

Atualmente vários artistas, conhecidos ou não, vêm se utilizando dos materiais de joalheria para produzir criações originais e belas. São expectativas, novidades e desafios em trabalhar com essa linguagem que se utiliza de metais, em diferentes texturas, formas, modulações, com pedras preciosas em inusitadas lapidações, entre outros materiais opcionais como madeira, contas, cerâmica, vidro, esmalte, conchas, rochas e o que a originalidade permitir.

Esse mundo fantástico não é composto apenas por aqueles que trabalham pedras e metais, em sua forma e dimensão. Nada seria desses ourives e designers sem a presença do lapidador perfeccionista, a paciência do gravador, o cravador detalhista e de outros tantos profissionais que contribuem essencialmente para tornar possível todas as criações e abrilhantar ainda mais a joalheria, em todos os tempos.