domingo, 11 de abril de 2010

Vem dos tempos mais remotos o uso de adornos preciosos e "mágicos" pelo homem.

Certos sociólogos chegam a afirmar que a peça de adorno precedeu a vestimenta, que, na verdade, os trajes derivaram desses ornamentos.

As primeiras jóias foram produzidas com materiais considerados belos, fascinantes ou raros. Essa é a origem da imagem de riqueza que se funde à própria imagem da jóia.

Uma jóia era utilizada normalmente como fonte de deleite e beleza, mas não podemos negar sua íntima ligação com forças místicas.

O homem primitivo tinha o cuidado de escolher o período para produzir peças de adorno, quando as estrelas se alinhavam em posições favoráveis e assim surgiam amuletos de poderes mágicos e protetores.

Em algumas sociedades eram concedidos colares com dentes e garras de animais ferozes aos caçadores mais valentes, isso lhes dava status, um símbolo de poder.

O homem se encantou ao ver na jóia um atrativo sexual.

É antiga a atração que o ouro exerce sobre o homem. Desde a incansável pesquisa e empenho de antigos alquimistas em seus laboratórios medievais buscando a fórmula secreta para transformar chumbo em ouro.

As primeiras jóias em ouro datam de 3.500 a.C., descobertas na região da antiga cidade de UR, fundada pelos sumérios no vale do Eufrates.

Os egípcios deixaram peças elaboradas, em formas de escorpiões, escaravelhos, serpentes, repletas de simbolismo e misticismo. Deve-se a eles a aplicação das cores às jóias, tendo dominado as técnicas de engaste de pedras e a descoberta de um novo material produzido pelas mãos do homem, o vidro colorido.

Outras civilizações figuram com igual importância no cenário da joalheria. Os artesãos minóicos produzindo com excepcional cuidado contas estampadas em finas lâminas de ouro. A Grécia, a princípio restringia suas criações a motivos geométricos. O contato com os fenícios resultou na fusão de conhecimentos e tendências, surgindo então peças com motivos naturalistas, temas da mitologia.

A cultura celta presenteando-nos com peças intrigantes e "magnéticas", com um design de espirais e arcos concêntricos de linhas sinuosas, invocando misteriosas forças da natureza.

O homem contemporâneo não poderia desapontar seus ancestrais na evolução dessa arte. Hoje conhecemos técnicas que nos possibilitam maior liberdade de criação, como a eletroformação, produzindo peças grandes, elaboradas com a maior economia possível de metal, deixando-as leves em peso e custo. Ou, a gravação de foto sobre uma chapa de metal utilizando delicadas punções diamantadas maestralmente coordenados pelo computador, a imortalidade da imagem nítida de um ente querido.

Mas, toda a tecnologia desenvolvida não vale muito sem mentes criativas e de bom gosto por trás de todo o maquinário. O século XX conta com grandes designers dando personalidade, irreverência e estilo às peças de joalheria.

A jóia, assim como diversas outras formas de expressão artística, acompanha a evolução do homem, espelhando suas expectativas, fases sócio-culturais, tendências, o intercâmbio de civilizações.

A produção de uma peça de adorno‚ um verdadeiro diálogo entre o artista e seu material, tem como tema, não só o momento mas as influências de civilizações antigas e visões futuristas.

Atualmente vários artistas, conhecidos ou não, vêm se utilizando dos materiais de joalheria para produzir criações originais e belas. São expectativas, novidades e desafios em trabalhar com essa linguagem que se utiliza de metais, em diferentes texturas, formas, modulações, com pedras preciosas em inusitadas lapidações, entre outros materiais opcionais como madeira, contas, cerâmica, vidro, esmalte, conchas, rochas e o que a originalidade permitir.

Esse mundo fantástico não é composto apenas por aqueles que trabalham pedras e metais, em sua forma e dimensão. Nada seria desses ourives e designers sem a presença do lapidador perfeccionista, a paciência do gravador, o cravador detalhista e de outros tantos profissionais que contribuem essencialmente para tornar possível todas as criações e abrilhantar ainda mais a joalheria, em todos os tempos.

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